Frágeis Flores

Não chorou; sua alma era das que não têm lágrimas, enquanto lhe restam forças.

IV

Pensei em escrever alguma coisa sobre sentimentos hoje, mas estou sentado em frente ao computador com a mente em branco, nenhuma palavrinha quer sair hoje...

Talvez seja porque para descrever algo tão complexo quanto os sentimentos, palavras não sejam o bastante, ainda mais palavras que aparecerão na tela fria de um computador. Isso as deixa tímidas, afinal de contas é uma grande responsabilidade para elas significar não somente o que se pode ver de cara, mas deixar transparecer o que o autor sentia quando escreveu.

Sentimentos, sentimentos... Nem as palavras ditas conseguem te expressar completamente! Eu gostaria de escrever-te uma carta, onde minha mão, tremendo de emoção, deixaria nas palavras a marca do que sinto, e se os sentimentos fossem intensos o bastante para me arrancar lágrimas, que as marcas das poucas que caíram no papel lhe dêem uma idéia das muitas que derramei enquanto escrevia pensando em você longe, longe... E ao ler essa carta, escrita com tanto esmero pensando em mim assim também tão longe, lágrimas viriam aos seus olhos também, por que não? E ao se misturarem com as minhas a distância entre nós talvez não seja mais tão grande e sim logo ali, tão perto quanto um pensamento...

Ai de mim, com minhas palavras jogadas a esmo, coitadas! É por eu dar a elas responsabilidades tão grandes como essa, que fogem de mim quando mais preciso delas.

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