Ao caminhar pelo Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), um pedaço da mata atlântica encravado em uma das mais movimentadas avenidas de São Paulo, é difícil não pensar no passado, suas árvores e caminhos evocam tempos antigos onde os grandes prédios que o cercam não passavam de um sonho distante no futuro.
Sentado em um banco, deixo minha mente vagar e aos poucos um pouco desse passado começa a se tornar visível. Pessoas, com suas roupas antigas caminham pelo parque misturadas as pessoas do presente que não conseguem vê-las.
Passado e o presente caminham lado a lado no entanto sem terem consciência um do outro. Antigo se mistura com o novo e eu que caminho entre os dois mundos logo não sei mais quando estou. Minhas roupas já não são mais o comum jeans e camiseta, mas um elegante terno da época, passo em meio às pessoas, as do passado agora muito mais vivas do que as do presente, que ainda não conseguem me ver.
O parque de volta ao explendor da inauguração, deslumbrante a cada olhar. Faço milhões de mesuras que passam desapercebidas aos cavalheiros e damas ao meu redor, isso me deixa triste, mas não o bastante para me impedir de prosseguir.
Sigo pelos caminhos me embrenhando cada vez mais no parque até que a vejo, linda em seu vestido branco todo rendado, segurando em suas mãos calçadas com delicadas luvas de cetim uma linda sombrinha. Chego mais perto para ver seu rosto e ela sorri, não apenas sorri, mas sorri para mim. O fato dela ser capaz de me ver é ofuscado por seu belo sorriso, seus dentes pequenos e perfeitos como pérolas, seus olhos cor de avelã e sua pele que brilha ao sol me encanta.
Antes que eu perceba ela foge pelos caminhos do parque, a sigo sem a alcançar ou a perder de vista. Finalmente ela para e eu me aproximo, hesitante com medo de que algum movimento brusco faça ela fugir novamente, mas não ela apenas fica parada ali, sorrindo.
Quando finalmente ficamos cara a cara ela me estende uma mão, que pego cuidadosamente entre as minhas plantando nela um beijo delicado, ao levantar meu rosto, acordo, adormeci sentado no banco e sonhei com o passado. Pudera sonhos como esse serem mais frequentes.
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