Frágeis Flores

Não chorou; sua alma era das que não têm lágrimas, enquanto lhe restam forças.

XV

O vento sopra pelo campo gramado fazendo com que a grama dê a impressão de ser um enorme mar verde. Tomo a trilha que leva a colina do penhasco, onde o campo se encontra com o mar, o cheiro da maresia e da grama verde pisada se misturam evocando boas lembranças de tempos passados.

Ao longe avisto alguém sentado à sombra do velho salgueiro, meu coração bate mais rápido quando vejo que esse alguém é você, corro cada vez mais rápido fazendo a distância sumir num piscar de olhos.

Lá encontro você adormecida com um livro no colo, linda visão. Me aproximo gentilmente para não te acordar e me ponho a observar o ventro brincar com seus cabelos. Como se sentisse minha presença ali você acorda e sorri.

Não dizemos nada, palavras não são necessárias aqui, o que precisarmos dizer um ao outro, diremos com o olhar. Me sento ao seu lado e você apoia sua cabeça em meu ombro fazendo o cheiro de seu cabelo invadir minhas narinas, rosas, eles sempre cheiram a rosas.

O tempo não passa enquanto estamos juntos nesse sonho, lado a lado, conversando em silêncio, felizes o bastante para que eu não pense na hora de acordar e descobrir que você está longe, a felicidade aqui é grande demais para isso.

Logo você se levanta e corre, fugindo de mim com um sorriso nos lábios, seus olhos dizem: "Pega-me se puder"; E enquanto corro atrás de você pelo campo gramado desperto mais uma vez em minha cama com o coração ainda cheio da felicidade do sonho.

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