Frágeis Flores

Não chorou; sua alma era das que não têm lágrimas, enquanto lhe restam forças.

XXVIII

Você já viu uma corsa selvagem? Se não, ou apenas pela televisão deixe-me explicar como é...

Ela fica parada te encarando, prestes a correr a qualquer momento. Seu coração bate rápido enquanto você tenta se aproximar sem fazer qualquer movimento brusco ou perder o contato visual. Você diz suavemente que não quer lhe fazer mal, ela, no entanto, sem entender o que você diz, se guia pelo tom da sua voz. Caso você tenha sorte conseguirá se aproximar bastante para acariciá-la... E quando você menos espera, ela foge, correndo para a mata tão rápido que fica difícil dizer se ela realmente esteve ali.

Eu digo isso, amigo leitor, pois é exatamente assim que eu vejo o amor. Apesar de tantos escritores através do tempo o terem descrito infinitamente melhor do que eu, ainda assim tenho que tentar.

Conquistar o amor de alguém, é como tentar se aproximar de uma corsa selvagem, é como aprender uma língua nova que não sai da sua cabeça...

E sem ter dito muito, me despeço, mesmo querendo dizer mais sobre o amor, ainda não conquistei o meu, que por enquanto é uma corsa selvagem e todo cuidado é pouco, e todas as palavras insuficientes e todo o tempo... insignificante.

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